Recentemente, tive o privilégio de entrevistar Colm Jordan da Indorama Ventures como parte da nossa série Green Supply Chain Talks (de Finboot). Nossa conversa revelou insights valiosos sobre como uma das maiores empresas químicas do mundo está abordando sustentabilidade e economia circular – não apenas como conceitos teóricos, mas como práticas empresariais concretas.

*O áudio da entrevista está em inglês, mas dá para ativar as legendas em português ou espanhol. É só clicar na engrenagem de configurações e escolher o idioma. 🇧🇷🇪🇸

Químicos por trás das nossas necessidades diárias

A Indorama Ventures tem uma presença impressionante em nossas vidas cotidianas. Seja nas fibras sintéticas dos nossos móveis, nas garrafas PET de água e refrigerantes, ou nos produtos químicos essenciais dos nossos produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica, a empresa toca literalmente bilhões de vidas diariamente.

Como Colm destacou, isso traz uma responsabilidade enorme. O setor químico enfrenta desafios significativos relacionados às emissões e impacto ambiental, mas também oferece oportunidades únicas para desenvolver soluções sustentáveis que podem ser adotadas em larga escala.

Tornando a escolha sustentável a escolha fácil

Um dos insights mais poderosos da nossa conversa foi sobre a importância de tornar a sustentabilidade acessível. Como Colm enfatizou: “Temos que fazer da escolha sustentável a escolha fácil para as pessoas.”

Isso significa criar produtos que permitam aos consumidores reduzir seu impacto ambiental sem alterar significativamente seus hábitos. Por exemplo:

  • Uma garrafa PET feita com material 100% reciclado pode reduzir a pegada de carbono em até 90% em comparação com uma garrafa de material virgem, mantendo exatamente a mesma funcionalidade
  • Detergentes inovadores que limpam eficientemente em temperaturas mais baixas, reduzindo o consumo de energia

Estas soluções demonstram como a tecnologia e a inovação química podem permitir escolhas mais sustentáveis sem comprometer a praticidade ou a eficácia do produto.

Educação como pilar da economia circular: O programa Waste Hero

Um dos aspectos mais inspiradores do trabalho da Indorama é o programa educacional Waste Hero, que já atingiu a marca impressionante de 1 milhão de crianças educadas sobre economia circular – bem antes da meta original para 2030.

O programa não se limita a promover os produtos da empresa, mas adota uma abordagem holística para ensinar sobre todos os aspectos da economia circular:

  • Disponível em 10 idiomas diferentes, incluindo português brasileiro
  • 19 planos de aula diferentes, desenvolvidos por educadores para educadores
  • Conteúdo adaptado para todas as faixas etárias, desde jardim de infância até universidade
  • Abordagem baseada em evidências e fatos, não apenas marketing

Como Colm explicou, a economia circular vai muito além da reciclagem. Envolve reduzir, reutilizar, remanufaturar e revender, criando sistemas onde os materiais mantêm seu valor por muito mais tempo.

Valorizando o “lixo” como recurso

Outro insight crucial da nossa conversa foi a necessidade de atribuir valor real aos materiais pós-consumo. Como Colm colocou de forma eloquente: “Não vemos notas de dinheiro jogadas nas ruas porque elas têm valor.”

A Indorama investiu impressionantes US$ 1 bilhão na última década comprando resíduos pós-consumo e comprometeu-se com mais US$ 1,5 bilhão para aumentar a capacidade de reciclagem para 50 bilhões de garrafas por ano até 2025.

Este investimento massivo envia um poderoso sinal de mercado: resíduos têm valor. Quando grandes empresas fazem esses compromissos, toda a cadeia de valor responde – municípios investem em melhor infraestrutura de coleta, consumidores são incentivados a reciclar, e um ciclo virtuoso começa a se formar.

A importância crítica da rastreabilidade

Como gerente de marketing na Finboot, fiquei particularmente interessada na discussão sobre rastreabilidade. Nossa empresa oferece soluções de rastreabilidade digital, e a conversa com Colm confirmou como essa tecnologia é fundamental para a economia circular.

A rastreabilidade permite:

  • Verificar alegações de sustentabilidade com transparência
  • Rastrear a pegada de carbono completa dos materiais ao longo da cadeia de valor
  • Cumprir com metas baseadas em ciência e regulamentações
  • Garantir conformidade com requisitos de segurança alimentar e gestão de riscos
  • Navegar complexidades comerciais e tarifárias internacionais

Como Colm destacou, a complexidade das cadeias de suprimentos modernas torna as soluções digitais de rastreabilidade “cruciais para o futuro de entregar para nossos clientes e para a sociedade.”

Captions are auto generatedPlayPequeno trecho da entrevista (en inglês)

Reflexões finais: O poder da colaboração e das decisões baseadas em evidências

Nossa conversa reforçou que a economia circular não é responsabilidade de um único setor ou empresa – requer colaboração entre empresas, governos, ONGs e comunidades. Os desafios relacionados aos resíduos e à economia circular são globais e exigem esforços coordenados.

Colm encerrou com um apelo poderoso por uma sociedade baseada em evidências, onde as decisões são tomadas com base em dados concretos e análise científica, não em tendências populares ou desinformação.

Como ele salientou, às vezes as alternativas que parecem mais “verdes” na superfície podem ter impactos ambientais piores quando analisadas profundamente. Precisamos de dados confiáveis e transparentes para fazer escolhas verdadeiramente sustentáveis.


Esta entrevista reforçou minha convicção de que tecnologia, educação e colaboração são os pilares fundamentais para construir uma economia verdadeiramente circular. Convido todos a visitarem WasteHeroEducation.com e a refletirem sobre como podemos, juntos, transformar nossa relação com os materiais e recursos do planeta.

E você, o que está fazendo para promover a economia circular em sua vida ou empresa? Compartilhe nos comentários!


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